segunda-feira, julho 24, 2006

rica prosa camaleônica


TÍTULO: Música para Camaleões

AUTOR: Truman Capote

TRADUTOR: Sergio Flaksman

PÁGINAS: 312

PREÇO: R$ 45,00

EDITORA: Companhia das Letras



Rica prosa camaleônica (*)



O título Música para Camaleões não podia ser mais adequado para a última obra publicada por Truman Capote em vida. Nestes 15 textos, 14 contos e uma novela de não-ficção está a sua rica prosa camaleônica, com narrativas que flertam com todos os gêneros. A abertura se dá com o conto-título do livro no qual uma alta dama da sociedade da Martinica recebe convidados para ouvir música clássica, Mozart, e onde até os camaleões prestam atenção na música. Na novela Caixões Entralhados à Mão, Capote retoma o jornalismo literário do seu maior sucesso A Sangue Frio, se envolvendo de corpo, alma e escrita com assassinatos em série no Meio Oeste americano, onde cada vítima recebe os referidos caixões antes de morrer. O autor acompanha a dor e a intensidade do investigador Jake Pepper, que persegue e até joga partidas de xadrez com o provável assassino. Uma Criança Linda acompanha um dia na amizade entre Capote e Marilyn Monroe. Eles se encontram para o enterro da atriz inglesa Constance Collier. Os segredos de uma Marilyn desvelada, sem maquiagem, falando a custo de algumas champanhes de seu caso com o autor Arthur Miller, são pérolas históricas desta análise da ingenuidade da loira mais marcante de Hollywood

(*) publicado originalmente na seção Prelo da página Canoas da Cultura do jornal Diário de Canoas

segunda-feira, julho 03, 2006

O Rousseau de Passo Fundo!

Um MP3 povoou os meus ouvidos nos últimos dois dias. Com ele e músicas tão diversas, de Beatles a Prokofiev, imaginei acordado várias coisas loucas como homoféricos, pequenos fios estendidos por sobre as árvores na Rua da Praia para que as pessoas pudessem se deslocar sem contato com o chão. Depois voltei à Terra.

Viagens à parte, a semana começou com lamentos de jogadores brasileiros voltando da Copa, com políticos mostrando as unhas afiadas uns para os outros. Alckmin x Lula. Não precisamos de R$ 105 milhões sendo gastos para eleger um presidente. Definitivamente não. Esta é a verba destinada para as campanhas dos dois principais candidatos a presidente.

Que saudade da natureza, tal qual descrita por Rousseau, sem exageros, sem supérfluos: "O luxo é um remédio muito pior do que o mal que pretende sanar, ou melhor, ele mesmo, em qualquer Estado, grande ou pequeno, é o pior de todos os males que possam advir e, para sustentar uma multidão de criados e miseráveis engendrados por ele, oprime e arruína o operário e o cidadão".

Precisa dizer mais. E dá-lhe Felipão. O Rousseau de Passo Fundo.

Drops

* Sei que os textos que ando publicando estão muito longos e meus amigos disseram já terem passado aqui, mas pelo número de comentários, acho que todos abrem, mas ninguém lê. Por isso, resolvi fazer uma semana de drops para ver se as pessoas acham um tempinho para me ler.

* O Brasil perdeu para a França. Mas o que realmente se perdeu? A honra, a dignidade. Nada disso. Apenas o marketing. Porque realmente esta seleção não enfrentava um adversário forte há mais de um ano. Os jogadores estavam extenuados. Vinte e um dos vinte e três jogadores atuam no Exterior, onde o pau comeu no calendário. Então, podemos nos dar por felizes como torcedores, por não termos caído antes. Os anunciantes, os investidores do marketing CBFiano é que devem estar se arrependendo até o último fio de cabelo. A Rede Globo também, mas que bom que existe a ESPN Brasil e outros canais menos ufanistas. Vamos em frente, que ainda vão rolar semifinais de qualidade amanhã e quarta-feira e a final no domingo, que, espero, seja Alemanha x Portugal, pois Felipão, Murtosa e Deco são o Brasil na Copa.

* Dia desses, conheci um arquiteto de sobrenome Decó. Percebem a ironia. É como ser apresentado a um jornalista com sobrenome Pauta ou Lauda.

* Encerrou a temporada de Entre Quatro Paredes. Esta peça baseada em texto de Sartre, que esteve em cartaz durante dois anos, arrebatou a platéia com sua densidade e com a intensidade dos seus atores, além da estética e cenografia irretocável do artista visual e diretor Élcio Rossini, com sua estrutura de acrílico. O inferno não são os outros. O inferno são os palcos se verem privados desta peça, pois eles não devem continuar montando-a, em função de projetos pessoais. Deixo um questionamento para os pauteiros de plantão. Por que as comédias sobrevivem mais aos palcos do que os dramas? Tangos e Tragédias, Se meu Ponto G, Pois é, vizinha, Rádio Esmeralda permanecem voltando a cartaz todo o ano. É uma pergunta. Quem souber uma resposta, envie um comment.

* Fui ver Separados pelo Casamento. Comédia Romântica (C.R.) bem feitinha. O casal Vince Vaughn e Jennifer Aniston se dá muito bem, (a tal química, lembram), pois formam um par na vida real e os coadjuvantes roubam a cena como toda C.R. que se prezem. Um casal rompe e decide continuar convivendo no mesmo apartamento. Daí a trazer os amigos para dentro de casa ou os novos namorados e gatas é um pulo. Vejam e entrem no clima.

* E vamos em frente, porque segunda-feira é assim mesmo!!!!!!!!!