Clássicos da modernidade para a atualidade
Ciclo de palestras organizado pela Coordenação do
Livro e Literatura da SMC discute a modernidade em 28 clássicos na Feira
Jorge Luis Borges e Ficções |
Karl Marx e o Manifesto Comunista |
Friedrich Nietzche e Assim Falou Zaratustra |
Virginia Woolf e Mrs. Dalloway |
Por Luiz Gonzaga Lopes
A modernidade em sua concepção histórica partiu dos ideiais iluministas do final do século XVIII, ganhou corpo com o romance moderno no século XIX e teve sua experiência mais radical a partir da segunda metade do século XX, quando os sentimentos existenciais, a perda de referências familiares, o urbano falando mais alto do que o rural e o tecnológico se sobrepondo às relações humanas. A prefeitura de Porto Alegre, por meio da Coordenação do Livro e Literatura, da Secretaria Municipal da Cultura (SMC) programou, para a 63ª Feira do Livro de Porto Alegre, do período entre 6 a 19 de novembro, o ciclo de palestras Clássicos da Modernidade. Os encontros estão sendo realizados diariamente, entre 18h30min e 20h30min, na sala O Retrato, do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, (rua dos Andradas, 1223).
Conforme
o coordenador do Livro e Literatura da SMC, Sergius Gonzaga, a industrialização
e a urbanização do ocidente, a partir da segunda metade do século XIX,
radicalizou a experiência da modernidade. Os pilares que sustentavam as
tradições desmoronaram. Ao mesmo tempo, o novo homem tinha diante de si uma
abundância de opções, de liberdade de ser e existir. "Assim, desamparo e
euforia, perda e possibilidade de triunfo, solidão e participação nos rituais
urbanos alternavam-se em uma existência para sempre problemática. Estava
nascendo o nosso tempo", analisa Sergius. Ao todo, são 20 obras e temas
consideradas clássicas neste período de quase dois séculos e meio. Nos dois
primeiros dias, segunda e terça, foram abordados os seguintes temas: “A
experiência da modernidade”, com Sergius Gonzaga (Ufrgs); “A democracia
americana” (Toqueville), com Rodrigo Lemos (UFCSPA); “Madame Bovary”
(Flaubert), por Altair Martins (escritor/PUC); e “A morte de Ivan Ilicht”
(Tolstói), por João Armando Nicotti (escritor).
As
discussões têm como pano de fundo, obras literárias que moldaram o pensamento
moderno em suas várias correntes, com autores como Karl Marx, Flaubert,
Nietzsche, Eça de Queirós, Sigmund Freud, Virginia Woolf, Sartre, Camus,
Faulkner, Kafka, Jorge Luis Borges, Italo Calvino e outros mestres da
literatura universal. Nesta quarta, dia 8, os encontros são: 18h30min – “Assim falou Zaratrustra” (Nietzsche), por Felipe Karasec
(professor); 19h30min – “A dama e o cachorrinho” (Tchekhov), por Denise Sales
(Ufrgs). Para dar um gostinho, deixo os leitores com um trecho do Zaratustra,
de Nietzsche:
O homem
se acha no meio de sua rota, entre animal e super-homem, e celebra seu caminho
para a noite como a sua mais alta esperança; pois é o caminho para uma nova
manhã./ Então aquele que declina abençoará a si mesmo por ser um que passa para
lá; e o sol do seu conhecimento permanecerá no meio-dia/ ‘Mortos estão todos os
deuses: agora queremos que viva o super-homem'”
Nietzsche, Assim Falou Zaratustra,
São dois encontros por dia,
sempre às 18h30min e às 19h30min. Veja
quais serão os próximos encontros e programe-se:
Clássicos da
Modernidade
Quarta-feira,
8
18h30 ‑ Assim falou Zaratrustra (Nietzsche), por Felipe Karasec (professor)
18h30 ‑ Assim falou Zaratrustra (Nietzsche), por Felipe Karasec (professor)
19.30 - A
dama e o cachorrinho (Tchekhov) Denise Sales (Ufrgs)
Quinta-feira,
9
18h30 -
Os Maias (Eça de Queirós), por Maria da Glória Bordini (Ufrgs)
19h30 - O
manifesto comunista (Marx), por Felipe Pimentel (historiador/psicanalista)
Sexta-feira,
10
18h30 - A
origem das espécies (Darwin), por Luis Roberto Goldim (Ufrgs)
19h30 -
Poemas (Kaváfis), por Pedro Gonzaga
Sábado,
11
18h30 - A
interpretação dos sonhos (Freud), por Liane Pessin (Unisinos)
19h30 -
Mrs.Dalloway (Virginia Woolf), por Ricardo Barberena (PUC)
Segunda-feira,
13
18h30 - O
estrangeiro (Camus), por Léa Masina (professora)
19h30 - A cavalaria vermelha
(Babel), por Luís Augusto Fischer (Ufrgs)
Terça-feira,
14
18h30 -
Homem invisível (Ralph Ellison), por Luiz Mauricio Azevedo (Ufrgs)
19.30 - O
som e a fúria (Faulkner), por Gustavo Mello Czekster (escritor)
Quarta-feira,
15
18h30 -
U.S.A. (John dos Passos), por Antonio Hohlfeldt (PUC)
19h30 -
Os demônios (Dostoiévski), por Eduardo Wolf (filósofo)
Quinta-feira,
16
18h30 - A
era da inocência (Edith Warton), por Sandra Maggio (Ufrgs)
19h30 - A
náusea (Sartre), por Nelson Boeira (Ufrgs)
Sexta-feira,
17
18.30 -
Lolita (Nabokov), por Lúcia Serrano (psicanalista)
19h30 - O
arquipélago Gulag (Soljenítsin), por Voltaire Schilling (historiador)
Sábado,
18
18h30 -
Ficções (Borges), por José Francisco Botelho (escritor e tradutor)
19h30 - O
segundo sexo (Simone Beauvoir), por Maria do Carmo Campos (Ufrgs)
Domingo,
19
17h - O
processo (Kafka), por José Hildebrando Dacanal (escritor)
18h - As
cidades invisíveis (Calvino), por Márcia Ivana Lima e Silva (Ufrgs)