Críticas de literatura (textos) e cinema (telona) e também de teatro e música, quando necessário. Artes visuais somente para fruição. Alguma entrevista mais especial também terá vez.
terça-feira, julho 24, 2007
Da aurora à nostalgia
O Festival de Inverno seguiu nesta terça-feira a todo vapor. Estava com um pouco de sono, mas vi o professor Oswaldo Giacóia Jr.(foto) fazer uma pequena reflexão de uma hora sobre a epígrafe menor ainda do livro Aurora, de Friedrich Nietzsche: “há tantas auroras que não brilharam ainda”. Em linhas gerais, Giacóia relaciona a frase aos ensinamentos ascetas dos hinos hindus RigVeda. E com isso, reflete sobre a vontade como sofrimento, à maneira de Schopenhauer, e a ascese, a negação da vontade, o sábio percebendo que o real é a ilusão. Comentando que Nietzsche só se reafirma quando nega Schopenhauer e na Aurora oferece a sua luz, que é viver o aqui e agora no único mundo existente, já que não há nada além desta existência.
À tarde, o professor Martin Paz, da Universidade de Buenos Aires, leu e analisou contos como El Otro Cielo, Todos os Fuegos o Fuego e La Autopista Del Sur, além de Axolotes, Torito, Reunión e outros, de Julio Cortazar. No conto El Otro Cielo, estabelece-se a passagem fantástica entre uma galeria de Paris e outra de Buenos Aires. Na Autopista Del Sur, um engarrafamento se transforma numa comunidade. A tarde passou rápido e o frio chegou. Veio também à noite, na qual eu voltaria a ver a banda Engenheiros do Hawaii, ou o que restou dela – Humberto Gessinger e uma garotada. Vi o primeiro show deles no Rock Unificado 1986, no Gigantinho. Até 1992, assisti a uns 25 shows deles. Depois, parei porque achei que o Humberto estava ficando mais bossal do que aqueles que atiram bombas na embaixada.
Foi um show curto, de 1h48, com dois bis, que mostrou fãs ardorosos que lotaram o acanhado Teatro Renascença. Talvez o menor público deles da década: 400 pessoas. As músicas todas apareceram neste show acústico: Toda Forma de Poder, Somos Quem Podemos Ser, Era um Garoto, O Papa é Pop e Infinita Highway, além de novas como Vertical, bem moderna no arranjo. Humberto tocou tudo viola, violão, harmônica, piano etc. Noite ótima. De nostalgia. Amanhã tem mais.
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