Um poema é uma fenda
Abre os poros do tempo
Quando me vejo pássaro
Asas saem da minha orelha
e o poema insiste
Mansinho como brisa
em me tentar
Se insinua pelos dedos
Anseia por teclados,
mas encontra a caneta
Poema é fenda
que se fecha
quando cai
na página limpa
bordada a nanquim
Se os anjos matassem
Atirariam em mim
mas não acertariam
Como é doce a tinta
do sangue
Quem adoça o poema
Não tem diabetes de ser
Humaniza e saboreia
A fenda sumiu
Jorrou uma letra
Meu tempo acabou
Um comentário:
Teu tempo acabou... de começar. Seus versos são colírio para nossos olhos... música para nossos ouvidos... luz em meio a maldita escuridão. Siga sempre achando que acabou... acabou de começar.
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