segunda-feira, fevereiro 16, 2009

A leitura libertou uma alma


Qualquer que seja o veredicto do Oscar sobre o filme O Leitor, o meu já está tomado, o filme alfabetiza em torno de uma grande história. É de uma rara beleza e soa realmente romântico o caso que a guarda nazista Hannah Schmitz tem com o jovem Michael Berg. Kate Winslet dá uma pureza e uma dureza a sua personagem que deixa-nos de queixo caído. Esta atriz vem amadurecendo a cada trabalho, ao contrário de Nicole Kidman, em descenso. A redenção e a lição mais contundente está na relação da personagem com as letras. Ela pedia para as prisioneiras de campos de concentração lerem os livros para ela. Depois para o jovem, antes de transarem, e finalmente aprendeu a ler pelos livros. Baseado no romance homônimo de Bernard Schlink, que ainda não li, é uma peça rara este filme e merece a atenção especial de todos que ainda não o viram. O filme me alfabetizou de novo (com lágrimas, diga-se de passagem) quando impelida por fitas mandadas por Michael, já crescido, vivido por Ralph Fiennes, resolve mandar fitas-cassete (Basf laranjinhas, lembram!) com os livros lidos por ele (A Odisséia, de Homero; "Metamorfose", de Kafka; e "A Dama e o Cachorrinho", de Tchekov. Todos precisamos ler para viver. Esta película nos ensina que ler é tão importante quanto respirar e qualquer esforço para manter este hábito e prazer sempre vai valer à pena. Stephen Daldry conseguiu cativar mais um leitor pela tela grande e eu espero que os leitores de Textostelona também sejam receptivos a este sensível filme que retrata os horrores da Segunda Guerra pela ótica de uma guarda analfabeta que acalmou sua alma na prisão com a leitura.

Um comentário:

Anônimo disse...

Teu texto me deixou com muita vontade de ver este filme. Abraço.