Críticas de literatura (textos) e cinema (telona) e também de teatro e música, quando necessário. Artes visuais somente para fruição. Alguma entrevista mais especial também terá vez.
quarta-feira, junho 10, 2009
Tempestade de lágrimas
O que Clint Eastwood conseguiu ao dirigir e atuar em “Pontes de Madison”, o diretor George C. Wolfe tentou, mas ficou no meio do caminho. O filme de Eastwood, a partir do romance Robert James Waller, foi um melodrama sério, que tira o máximo da narrativa de amor entre um fotógrafo e uma mulher, recuperada pelos filhos dela. Em “Noites de Tormenta” (“Nights in Rodanthe”). Com a dupla de “Infidelidade” - Richard Gere e Diane Lane – à frente do elenco, Wolfe adapta o romance de Nicholas Sparks, sobre uma artista plástica e um médico, que encontram sozinhos numa pousada, durante as tormentas de Rodanthe, no estado americano da Carolina do Norte, passam a ter um nova chance de encontrar o amor. Adrienne Willis (Diane Lane), tenta se recuperar da morte do pai e da traição do marido Jack Willis (Christopher Meloni) e se oferece para cuidar da pousada da amiga Jean (Viola Davis), que tem a reserva de apenas um hóspede, o médico Paul Flanner (Richard Gere). Ele foge do que a sua vida se tornou, após um suposto erro médico e vai tentar refazer o erro, conversando com o marido da paciente que morreu na sua mesa, Robert Torrelson (Scott Glenn) . Os dois estão em busca de encontrar a si mesmo, na relação com os seus defeitos, suas virtudes e com suas famílias. Os méritos do filme são a boa química entre Diane e Gere. (eles dizem que a afinidade deve ter vindo de vidas passadas), a trilha sonora baseada no jazz de Dinah Washington, Benny Brook e Count Basie e os cenários paradisíacos, numa fotografia que privilegia o mar, os bancos de areia e o pós-tormenta. Os pecados são a falta de profundidade do drama, a resolução fácil de alguns nós narrativos e a provocação gratuita a uma tempestade de lágrimas, sem que a história pudesse conduzir até isto.
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