domingo, fevereiro 04, 2007

Rocky leva público a nocaute com socos nostálgicos


Uma geração toda, que hoje tem entre 40 e 50 anos, principalmente a masculina cresceu dando socos no ar ou nos seus desafetos, quando era preciso, ao som de Eye of the Tiger, e vendo os filmes da grife Rocky Balboa. Ao melhor estilo ítalo-americano, Sylvester Stallone que no primeiro filme foi dirigido por John Avildsen foi vencendo a todos os adversários se consolidando no Rocky Marciano ou Muhamadd Ali das telas. Desde Apolo Creed (Carl Weathers) até a fera russa Ivan Drago, que matou seu amigo Apolo no ringue, Rocky construiu uma mitologia em torno das histórias de boxe. Por mais que o filme não tivesse qualidade estética, nem conteúdo profundo, o cinema foi se rendendo às peripécias de Stallone, que apanhava, caía, mas bastava olhar para a esposa Adrian (Tália Shire) e rever toda a sua vida na lona do ringue para se reerguer e destruir os adversários. Uma mensagem para a vida dos lutadores pelo mundo afora.

Neste sexto filme, Rocky está mais para decadente. Perdeu a mulher Adrian, é dono de um restaurante e vive nostalgicamente as lembranças dos locais da Filadélfia que o viram crescer junto com seu cunhado Paulie (Burt Young) e o filho Robert (Milo Ventimiglia). As pessoas lhe pedem autógrafos e ele sempre conta histórias do boxe, mas ainda falta uma coisa. Ele tem uma fera dentro de si. Com um drama bastante intenso e imagens de uma Filadélfia decadente, mas feitas por pessoas de coração forte, Stallone encarna no roteiro e direção deste filme um pouco da sua própria história, da fama e do recomeçar contínuo. O mote da trama é um jogo de computador que um canal de esportes faz entre um ex-campeão mundial dos pesos pesados Rocky e o atual Mason Dixon (Antonio Tarver).
Quando o filho Robert nega o pai, por achar que está vivendo à sua sombra, vem a lição bem típica dos dois primeiros filmes que: um lutador não é conhecido pelos socos que dá, mas pela capacidade que tem de apanhar e agüentar toda a dor e superá-la para vencer. É uma lição pequena que - conjugada com as belas imagens da cidade quase abandonada, um pequeno romance com Marie (Geraldine Hughes, que o havia mandado aquele lugar no primeiro filme), com o treinamento de resistência, socos em nacos de carne, a subida as escadarias do Museu de Arte da Filadélfia e as tomadas da luta bem ao estilo das transmissões esportivas da tevês a cabo, com locutores, comentaristas e árbitro profissional e uma participação de Mike Tyson pedindo para Dixon esmurrar o baixinho Rocky - fazem deste filme uma volta aos bons tempos do cinema-diversão. Menos grana de estúdios e mais histórias. A ressurreição de Rocky é a redenção de Stallone. E eu ainda estou vivo para ver tudo isso.


Rocky Balboa
(Rocky Balboa / Rocky VI, 2006)
Gênero: Drama - Luta
Duração: 102 min
Origem: EUA
Estréia no Brasil: 09 de Fevereiro de 2007
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Sylvester Stallone
Roteiro: Sylvester Stallone
Produção: Charles Winkler, William Chartoff, David Winkler, Kevin King
Elenco:
Sylvester Stallone - Rocky Balboa
Burt Young - Paulie
Milo Ventimiglia – Robert
Antonio Tarver - Mason Dixon
Geraldine Hughes – Marie
Tony Burton - Duke
Tim Carr - Buddy
Lou DiBella - Robert Brown
James Francis Kelly III – Steps
A.J. Benza – L.C.
Ana Gerena – Isabel
Pedro Lovell – Spider Rico

3 comentários:

Biel Souza disse...

estou louco pra ver este filme...
na verdade eu gosto do rocky por causa do meu tio...

abraços luis.....

www.bielsouza.com

Leandro Luz disse...

Cara, so to esperando "tempo financeiro" para assistir. Espero nao me decepcionar. Abraço!

Cor de Rosa e Carvão disse...

pois eu tb fico contente eu presenciar a sexta edição do cara. já até me imagino, ficticiamente, claro, subindo aquelas escadarias atrás dele, hehehehe.