A relação edipiana do
professor de Literatura em Milão Bruno Michelucci (Valerio Mastrandea) com a
belíssima mãe Anna (Micaela Ramazotti), a partir da música “La Prima Cosa
Bella”, que a mãe cantava para ele e a irmã Valeria (Claudia Pandolfi) quando
crianças, é o mote deste drama, com roteiro e direção do italiano Paolo Virzi,
em cartaz na Capital. As reminiscências de Bruno sobre os anos 70, dourados e
sofridos, partem da vida atual depressiva, longe da família e do passado, mas a
doença terminal da mãe (Stefania Sandrelli) faz com que se choque com o passado
pela visita da irmã Valeria à sua universidade, pedindo que ele visite a mãe.
A produção de 2010,
escolhida para representar a Itália no Oscar 2011, se inicia quando Bruno
(Giacomo Bibbiani), ainda criança, em 1971, presencia a vitória da mãe no
concurso Miss Mamma, no verão, em uma praia da pequena Livorno. Com a
popularidade, a mãe passou a receber mais assédio e a despertar os ciúmes do
marido, Mario (Sergio Abelli). Ela é colocada para fora de casa por Mario e,
para sustentar os filhos, acaba virando amante dos seus chefes.
Apesar da doença terminal
de Anna, Bruno ainda tem tempo de conviver com a mãe, sentir esta perda
iminente e resolver a fixação pela mãe. Antes de morrer, Anna quer casar-se com
o zelador do prédio, que guarda acervo de fotos de Anna e dos filhos. Nos
avanços e recuos do tempo, alguns segredos e a relação materno-filial intensa
descrita por Bruno: “Do amor de uma mãe como a nossa, feliz ou infelizmente,
não há escapatória”. Tudo ganha corpo com a trilha composta por músicas ao
melhor estilo festival de San Remo, como a faixa-título com Nicola Di Bari;
“L’Eternitá” e até “Born to be Alive”, de Patrick Hernandez.
(Texto publicado originalmente no Correio do Povo)
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