Filme "Minha Mãe
é Uma Peça", com Paulo Gustavo, estreia nesta sexta em 450 salas do Brasil
Crédito: Paprica Fotografia
A atual fase
alvissareira das comédias brasileiras nas telas tem mais um capítulo nesta
sexta-feira, quando será lançado em 450 salas do país o filme "Minha Mãe é
uma Peça", baseado na peça homônima do humorista Paulo Gustavo, que é
protagonista e roteirista da produção dirigida pelo gaúcho André Pellenz. No
elenco, estão também Ingrid Guimarães, Herson Capri, Monica Martelli, Marcus
Majella, Alexandra Richter, Samantha Schmutz, Sueli Franco, além de Mariana
Xavier e o gaúcho de Três de Maio, Rodrigo Pandolfo, que vivem os filhos da
simpática, histriônica e que morreria por seus filhos, a carismática Dona
Hermínia.
Adaptação da peça
homônima que levou mais de um milhão de espectadores aos teatros pelo Brasil. O
filme orçado em R$ 5,5 milhões, acompanha as peripécias hilárias de Dona Hermínia,
uma mulher de meia idade, aposentada e sozinha, que se vê à procura do que
fazer, uma vez que seus filhos estão crescendo e não precisam mais de seus
excessivos cuidados e broncas, num cenário que poderia ser Tóquio, Paris, Nova
Iorque ou Rio de Janeiro, mas se passa mesmo em Niterói.
Dona Hermínia (Paulo
Gustavo), uma mulher de meia idade, aposentada e sozinha, tem como preocupação
maior cuidar dos filhos Marcelina (Mariana Xavier) e Juliano (Rodrigo
Pandolfo). Mas agora que eles cresceram e não param de confrontá-la, a solução
será dar um gelo e sair de casa. Sem um trabalho ou um companheiro, a dona de
casa resolve desabafar com a tia idosa (Sueli Franco). Esta personagem
exagerada inspirada na mãe de Paulo Gustavo, dona Dea, acaba cativando o público
pela identidade mais básica daquela mãe que vive pelos filhos e se esquece de
si, acaba sendo rotulada de chata, mas o amor sempre prevalece, numa comédia
com pequenos tons de drama.
A adaptação para o
cinema dá vida aos personagens mencionados por Dona Hermínia na peça.
Conhecemos sua rival Soraya (Ingrid Guimarães), a atual mulher de seu
ex-marido, o seu ex Carlos Alberto (Herson Capri), além da hilária empregada
Valdéia (Samantha Schmütz), a irmã Iesa (Alexandra Richter), sua tia Zélia
(Suely Franco) e seus filhos Marcelina (Mariana Xavier), Juliano (Rodrigo
Pandolfo) e Garib (Bruno Bebianno).
O filme chega aos
cinemas pelo mesmo time que encabeça o programa '220 Volts', do Multishow:
dirigido por André Pellenz e produzido por Iafa Britz. O roteiro é do próprio
Paulo Gustavo e Fil Braz, com colaboração de Rafael Dragaud. "A peça
possui uma temática universal, mães neuróticas, possessivas, amorosas, todo
mundo se reconhece na personagem da Dona Hermínia, ou a mãe, a sogra, uma tia.
Quando assisti ao espetáculo não tive dúvida de que tinha tudo para virar um
filme", lembra a produtora Iafa Britz.
Em entrevista para o Correio do Povo, reproduzida na íntegra por este blogueiro, o roteirista protagonista Paulo Gustavo, e os gaúchos André Pellenz
(diretor) e Rodrigo Pandolfo (ator) falam sobre esta comédia cativante que estreia nesta sexta nos cinemas do Brasil.
Textostelona - Quem
é esta mãe que virou uma peça e um filme?
Paulo Gustavo - A
Dona Hermínia é uma mulher de meia idade, o marido a largou por uma mulher mais
jovem e ela fica em casa vivendo para os filhos. Ela é sozinha, mas é muito
divertida, muito amável e cativante. A personagem é inspirada na minha mãe,
dona Dea. Boa parte das histórias que estão no filme são reais, como a morte do
meu primo e a ida a boate para me trazer de volta para casa, que no filme se dá
com a Marcelina".
Crédito: Luiz Gonzaga Lopes
Textostelona -
Como foi transpor a peça para o cinema?
André Pellenz - O
filme mantém o espírito da personagem do teatro, mas também vai agradar àqueles
que não conhecem a história. O público terá oportunidade de conhecer o passado
de Dona Hermínia, e finalmente ver os filhos, o ex-marido, e todo o hilário
universo que a cerca - além de novos personagens. A Dona Hermínia da peça é
diferente. Se você ler a peça é um drama. A gente trouxe Niterói porque as
coisas aconteceram lá. Na peça é um monólogo, a voz dos filhos é gravada. A
gente não tentou fugir da peça de teatro.
Textostelona - Os filhos dão grande credibilidade à história. Como foi viver um dos filhos,
o Juliano?
Rodrigo Pandolfo -
Para criar a referência do momento presente com 21 anos e fazer um flash back
como adolescentes, rolou um pânico tanto para mim como para a Mariana Xavier.
Existiu um medo de ficar estereotipado. Tivemos ajuda da preparadora de elenco
Luiza Thiré e conseguimos fazer os personagens adolescentes serem críveis, pois
tenho 28 anos e a Mariana, 33. Eu e Mariana já tínhamos trabalhado junto na
Cia. de Teatro Escaramucha em 2007 e sempre queríamos trabalhar junto no
cinema. O filme é acima de tudo humano, tem personagens consistentes, as
histórias exalam verdade, comunicam de forma verídica. A minha inspiração foi o
próprio Paulo Gustavo, pois eu sou filho desta mãe, que é inspirada na dona
Dea, mas sei que não é uma biografia, são histórias criadas a partir de
situações vividas. A minha ideia inicial era que ele fosse careta, depois
passei a um gay mais comum, que pudesse causar mais identificação do público
com o personagem.
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