sexta-feira, junho 21, 2013

Uma mãe para rir e chorar

Filme "Minha Mãe é Uma Peça", com Paulo Gustavo, estreia nesta sexta em 450 salas do Brasil

Crédito: Paprica Fotografia

A atual fase alvissareira das comédias brasileiras nas telas tem mais um capítulo nesta sexta-feira, quando será lançado em 450 salas do país o filme "Minha Mãe é uma Peça", baseado na peça homônima do humorista Paulo Gustavo, que é protagonista e roteirista da produção dirigida pelo gaúcho André Pellenz. No elenco, estão também Ingrid Guimarães, Herson Capri, Monica Martelli, Marcus Majella, Alexandra Richter, Samantha Schmutz, Sueli Franco, além de Mariana Xavier e o gaúcho de Três de Maio, Rodrigo Pandolfo, que vivem os filhos da simpática, histriônica e que morreria por seus filhos, a carismática Dona Hermínia.

Adaptação da peça homônima que levou mais de um milhão de espectadores aos teatros pelo Brasil. O filme orçado em R$ 5,5 milhões, acompanha as peripécias hilárias de Dona Hermínia, uma mulher de meia idade, aposentada e sozinha, que se vê à procura do que fazer, uma vez que seus filhos estão crescendo e não precisam mais de seus excessivos cuidados e broncas, num cenário que poderia ser Tóquio, Paris, Nova Iorque ou Rio de Janeiro, mas se passa mesmo em Niterói.

Dona Hermínia (Paulo Gustavo), uma mulher de meia idade, aposentada e sozinha, tem como preocupação maior cuidar dos filhos Marcelina (Mariana Xavier) e Juliano (Rodrigo Pandolfo). Mas agora que eles cresceram e não param de confrontá-la, a solução será dar um gelo e sair de casa. Sem um trabalho ou um companheiro, a dona de casa resolve desabafar com a tia idosa (Sueli Franco). Esta personagem exagerada inspirada na mãe de Paulo Gustavo, dona Dea, acaba cativando o público pela identidade mais básica daquela mãe que vive pelos filhos e se esquece de si, acaba sendo rotulada de chata, mas o amor sempre prevalece, numa comédia com pequenos tons de drama. 

A adaptação para o cinema dá vida aos personagens mencionados por Dona Hermínia na peça. Conhecemos sua rival Soraya (Ingrid Guimarães), a atual mulher de seu ex-marido, o seu ex Carlos Alberto (Herson Capri), além da hilária empregada Valdéia (Samantha Schmütz), a irmã Iesa (Alexandra Richter), sua tia Zélia (Suely Franco) e seus filhos Marcelina (Mariana Xavier), Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Garib (Bruno Bebianno).

Crédito: Paprica Fotografia


O filme chega aos cinemas pelo mesmo time que encabeça o programa '220 Volts', do Multishow: dirigido por André Pellenz e produzido por Iafa Britz. O roteiro é do próprio Paulo Gustavo e Fil Braz, com colaboração de Rafael Dragaud. "A peça possui uma temática universal, mães neuróticas, possessivas, amorosas, todo mundo se reconhece na personagem da Dona Hermínia, ou a mãe, a sogra, uma tia. Quando assisti ao espetáculo não tive dúvida de que tinha tudo para virar um filme", lembra a produtora Iafa Britz.


Em entrevista para o Correio do Povo, reproduzida na íntegra por este blogueiro, o roteirista protagonista Paulo Gustavo, e os gaúchos André Pellenz (diretor) e Rodrigo Pandolfo (ator) falam sobre esta comédia cativante que estreia nesta sexta nos cinemas do Brasil.  


Textostelona -  Quem é esta mãe que virou uma peça e um filme?
Paulo Gustavo - A Dona Hermínia é uma mulher de meia idade, o marido a largou por uma mulher mais jovem e ela fica em casa vivendo para os filhos. Ela é sozinha, mas é muito divertida, muito amável e cativante. A personagem é inspirada na minha mãe, dona Dea. Boa parte das histórias que estão no filme são reais, como a morte do meu primo e a ida a boate para me trazer de volta para casa, que no filme se dá com a Marcelina".  

Crédito: Luiz Gonzaga Lopes

Textostelona - Como foi transpor a peça para o cinema?
André Pellenz - O filme mantém o espírito da personagem do teatro, mas também vai agradar àqueles que não conhecem a história. O público terá oportunidade de conhecer o passado de Dona Hermínia, e finalmente ver os filhos, o ex-marido, e todo o hilário universo que a cerca - além de novos personagens. A Dona Hermínia da peça é diferente. Se você ler a peça é um drama. A gente trouxe Niterói porque as coisas aconteceram lá. Na peça é um monólogo, a voz dos filhos é gravada. A gente não tentou fugir da peça de teatro.


Textostelona - Os filhos dão grande credibilidade à história. Como foi viver um dos filhos, o Juliano?
Rodrigo Pandolfo - Para criar a referência do momento presente com 21 anos e fazer um flash back como adolescentes, rolou um pânico tanto para mim como para a Mariana Xavier. Existiu um medo de ficar estereotipado. Tivemos ajuda da preparadora de elenco Luiza Thiré e conseguimos fazer os personagens adolescentes serem críveis, pois tenho 28 anos e a Mariana, 33. Eu e Mariana já tínhamos trabalhado junto na Cia. de Teatro Escaramucha em 2007 e sempre queríamos trabalhar junto no cinema. O filme é acima de tudo humano, tem personagens consistentes, as histórias exalam verdade, comunicam de forma verídica. A minha inspiração foi o próprio Paulo Gustavo, pois eu sou filho desta mãe, que é inspirada na dona Dea, mas sei que não é uma biografia, são histórias criadas a partir de situações vividas. A minha ideia inicial era que ele fosse careta, depois passei a um gay mais comum, que pudesse causar mais identificação do público com o personagem.  



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