Críticas de literatura (textos) e cinema (telona) e também de teatro e música, quando necessário. Artes visuais somente para fruição. Alguma entrevista mais especial também terá vez.
domingo, janeiro 20, 2013
Caçada real a Osama com ares de telefilme
Uma caçada que foi real a Osama Bin Laden. Um filme com intenção de ser um docudrama fiel, que resulta apenas em uma produção do cinema com ares de telefilme. Este é “O Homem Mais Procurado do Mundo”, um filme que deve ser assistido como documento histórico, não como cinema. Porém o filme, que tem o título original “Codename: Geronimo”, que era o nome dado ao terrorista na operação, tem o grande mérito de recriar com bastante exatidão as circunstâncias que levaram à invasão da fortaleza de Osama Bin Laden em Abbotabad, nas proximidades da capital Islamabad no Paquistão, na madrugada de 2 de maio de 2011, quase 10 anos após o atentado às torres gêmeas em Nova Iorque, que vitimou mais de 3 mil e abalou as bases da maior potência do mundo. Segundo fontes oficiais à época, foram mortas quatro pessoas, inclusive Osama e um dos seus filhos.
Baseada na história real, a trama se foca na ação conjunta da CIA em parceria com um grupo de operativos das forças especiais do Exército norte-americano, os SEALs. A prisão de um homem no Paquistão leva ao mensageiro de Osama Bin Laden e a um local que passa a ser monitorado desde agosto de 2010. Em uma operação no Paquistão, dois agentes passam a monitorar a fortaleza, em busca de pistas que levem o governo dos Estados Unidos ao seu maior inimigo: o terrorista Osama Bin-Laden.
Na mão do diretor de “Turistas”, John Stockwell, a história adquiriu um tom mediano, com os ares de telefilme já mencionados, mistura da séries “24 Horas” e “The Unit”, que utiliza aqueles caracteres digitados na hora para designar o local, o dia e a hora e a mostra do uso da tecnologia para rastreamento e identificação do terrorista. Ao mesmo tempo que o docudrama imprime ao filme uma boa dinâmica — mostrando alguns documentos confidenciais, além da voz e fotos exclusivas de Barack Obama nas semanas que antecederam a autorização ao ataque — quando o cineasta apela ao sentimentalismo do soldado que fica longe de casa 300 dias por ano, a obra descamba para uma pieguice sem fim, com repetição de fórmulas desgastadas e melhor utilizadas em filmes como “Soldado Anônimo”, de Sam Mendes.
Crédito: Playarte / Divulgação
Soma-se a isto um elenco de segundo time como Cam Gigandet (Stunner), o líder de uma unidade dos SEALs; Anson Mount (Cherry); Freddy Rodriguez (Trench); Kathleen Robertson (Vivian), a agente de contra-inteligência da CIA, que persuade o diretor da CIA, Leon Panetta, a executar a operação. Destaque para a dobradinha de atores da série “Prison Break”, Robert Knepper , como o tenente que comanda a operação, e William Fichtner, como um agente da CIA. É um relato preciso da operação, mas sem alma. Esperamos ansiosamente pela versão de Kathryn Bigelow (do oscarizado “Guerra ao Terror”) com seu “A Hora Mais Escura”, que deve carregar a alma não contida neste filme.
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